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Constituída com apenas R$ 10 mil, a World Cannabis movimentou mais de R$ 4 milhões em um ano e virou alvo da CPMI do INSS por suspeita de triangulação financeira e lavagem de dinheiro
Um negócio que começou com aparência de inovação — a produção de cannabis medicinal — rapidamente virou um caso de polícia. Criada em abril de 2023 com capital social de apenas R$ 10 mil, a World Cannabis, empresa ligada ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, registrou faturamento de R$ 4,28 milhões em 2024. O salto meteórico acendeu o alerta vermelho do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações atípicas e possíveis triangulações de recursos.
Segundo o Relatório de Inteligência Financeira (RIF), o desempenho da empresa é “incompatível com a capacidade econômico-financeira declarada” e com o padrão de negócios do mesmo porte. O Coaf enviou o documento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, onde o lobista prestou depoimento no mês passado.
A transação de 70 mil euros
Em 31 de março de 2025, outro sinal de alerta foi disparado. A World Cannabis realizou uma operação de 70,6 mil euros (R$ 388,5 mil) em uma casa de câmbio localizada em um shopping de Brasília. O dinheiro, segundo a justificativa, destinava-se ao pagamento de serviços de consultoria à empresa Foliumed, com sede em Madrid (Espanha) e atuação na Colômbia no ramo da cannabis medicinal.
O repasse foi efetuado pela Camilo Comércio e Serviços S/A, nome fantasia da própria World Cannabis, que tem Antonio Antunes como sócio majoritário (90%) e o filho, Romeu Carvalho Antunes, de 28 anos, com 10%. A empresa mantém filiais em São Paulo, Bogotá, Lisboa e Miami — estrutura considerada desproporcional ao seu capital inicial e histórico de operação.
Triangulação financeira e repasses suspeitos
O relatório do Coaf ainda apontou transferências vultosas entre empresas do mesmo grupo, como a Prospect Consultoria, a Acca Consultoria e a ACDS Call Centers S.A., todas ligadas ao Careca do INSS. Também foram identificadas operações entre as contas pessoais de Antonio e Romeu Antunes.
“Não foram apresentados elementos que esclareçam a origem ou a justificativa econômica das transações”, diz o documento. Para o órgão, há fortes indícios de triangulação de recursos e movimentações incompatíveis com a renda declarada — um clássico sintoma de lavagem de dinheiro.
O elo político: R$ 500 mil à suplente de Damares
Outro ponto crítico do relatório é o repasse de R$ 500 mil da World Cannabis ao advogado Manoel Arruda (União Brasil-DF), primeiro suplente da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e presidente do União Brasil no Distrito Federal.
Segundo Arruda, o contrato, firmado em novembro de 2024, previa consultoria jurídica para viabilizar uma parceria com a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), dentro do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde.
Entretanto, o acordo foi rescindido em 8 de maio de 2025, logo após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que tem o Careca do INSS como um dos principais alvos.
O que o Coaf viu — e o que o Estado vai fazer?
O relatório do Coaf, enviado à CPMI, expõe uma série de operações incompatíveis com a atividade declarada e sem lastro documental confiável. O órgão não esclarece se as informações já foram formalmente encaminhadas ao Ministério Público ou à Polícia Federal, mas as evidências de movimentações atípicas e possíveis triangulações internacionais apontam para um caso clássico de uso de fachada empresarial para lavagem de dinheiro.
O que era para ser um avanço no setor da cannabis medicinal pode acabar se tornando um dos maiores escândalos financeiros ligados ao INSS.
E a pergunta que não quer calar: quem mais lucrou com o “negócio da China” do Careca do INSS?
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