Decisão após fuga de Silvinei pune até quem não fugiu e reforça clima de caça política no país
A ordem de Alexandre de Moraes para colocar Filipe Martins e outros condenados em prisão domiciliar caiu como mais um capítulo de uma perseguição sem cabimento. A medida veio depois da fuga de Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF, e acabou atingindo quem não tem qualquer relação com a tentativa de saída do país. Para críticos, virou regra: alguém foge, outro paga a conta. A decisão, tomada de ofício, sem pedido prévio da PF ou da PGR, ampliou a sensação de punição coletiva.
Os alvos agora ficam presos em casa e ainda precisam cumprir uma lista pesada de restrições: tornozeleira eletrônica, entrega de passaporte, proibição de usar redes sociais, de receber visitas e de falar com outros investigados. Tudo isso antes mesmo do fim dos recursos nos processos. Na prática, vira um “cumprimento antecipado de pena”, sem trânsito em julgado e com impacto direto sobre figuras associadas à direita.
O caso de Silvinei Vasques foi usado como gatilho. Ele foi preso no Paraguai após romper a tornozeleira e tentar sair do país com documento falso. A pergunta que ficou no ar é simples e incômoda: o que a fuga de uma pessoa tem a ver com a vida de quem não fugiu? Ainda assim, a resposta do Judiciário foi ampliar restrições para outros condenados, mesmo que eles estivessem cumprindo o que já havia sido determinado.
Defesas dos atingidos falam em abuso e em decisão sem fundamento individual. Para esse grupo, o recado é claro: não importa se você cumpriu as regras, o simples fato de estar ligado à direita já basta para aumentar o cerco. O episódio reforça a leitura de que a Justiça passou do ponto e que o debate jurídico virou palco de perseguição política escancarada.
.png)

.jpg)
