Governador de São Paulo defendeu ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista neste ano e 500 viaturas atuando na região
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira, 2, que não vai investir na implementação de mais câmeras no uniforme de policiais militares e que os equipamentos não protegem os cidadãos.
"A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma", disse o governador em entrevista ao telejornal Bom Dia SP, da 'TV Globo'.
Em setembro, o juiz Renato Augusto Pereira Maia, da 11ª Vara da Fazenda Pública da Capital, acatou pedido da Defensoria Pública e da ONG Conectas Direitos Humanos e determinou, em tutela de urgência, a obrigatoriedade do uso das câmeras nas fardas dos PMs, a adoção de medidas para seu correto uso e a proibição da atuação de agentes sem o equipamento.
Horas depois, porém, Ricardo Anafe derrubou a liminar. Ele apreciou recurso do governo do Estado e considerou que a decisão de 1º grau poderia ocasionar "risco de lesão à ordem pública entendida como ordem administrativa geral", citando gastos não previstos no orçamento e "aumento das agressões aos agentes públicos, com grave lesão à segurança pública".
Em dezembro, o Órgão Especial Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou a decisão. O colegiado alegou que a obrigação traria "grave lesão à economia".
A polêmica sobre o uso do equipamento voltou ao debate após a Operação Escudo, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) em 28 de julho do ano passado, um dia após a morte do soldado Patrick Bastos, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), no Guarujá. Na primeira fase da operação, 28 pessoas foram mortas ao longo de 40 dias.
Durante a operação, o governo paulista reconheceu que nem todos os policiais tinham câmeras corporais e também que parte dos PMs que possuíam o equipamento estava com a câmera desligada no momento em que houve alegados confrontos com suspeitos.
Nesta terça-feira, Tarcísio defendeu o aumento de efetividade, com a contratação de mais agentes nas ruas e disse preferir investir mais em monitoramento do que na fiscalização do trabalho dos policiais.
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