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Em meio a promessas de austeridade e discursos sobre responsabilidade fiscal, o governo Lula multiplica por cinco os gastos diários com diárias e passagens. A máquina pública viaja mais, gasta mais — e presta poucas contas sobre os resultados
No Brasil da austeridade fiscal permanente, assiste-se a um espetáculo sintomático: o governo Lula elevou seus gastos com diárias, passagens e deslocamentos oficiais para níveis que beiram o surreal — como se o jogo da política exigisse não apenas presença, mas ostentação. Dados oficiais revelam que, em 2025, essas despesas alcançaram cifras históricas.
Segundo o relatório do Tesouro Nacional, nos primeiros três meses de 2025, foram consumidos R$ 789,1 milhões com diárias, passagens e locomoção — uma alta real de 29,1% ante o mesmo período de 2024, já ele próprio elevado. No primeiro semestre, os gastos ultrapassaram R$ 1,7 bilhão, o maior valor em série histórica iniciada em 2011. E apenas até meados de junho de 2025, já se contabilizavam R$ 604,7 milhões apenas em diárias e passagens.
Esse crescimento vertiginoso alimenta a narrativa de que o governo – longe de enxugar a máquina quando lhe era exigido – parece tê-la organizado para viajar, deslocar-se, produzir imagens e deixar rastros caros. O número de ministérios saltou de 23 para 38, facilitando o “mercado de viagens oficiais”.
As viagens internacionais não ficam atrás nessa escalada. Apenas algumas missões da presidência geraram custos de milhões — hospedagens em hotéis premium, aluguel de veículos de luxo para comitivas e passagens de alto custo que fariam corar qualquer orçamento privado.
Mas não é apenas o valor absoluto que choca: o problema está no ritmo e no contexto. Em um país com teto de gastos, com pressões por ajuste fiscal e corte de privilégios, a aparente expansão das viagens oficiais parece um contrassenso — como se para cada discurso de contenção correspondesse um jato carregando assessores a algum evento externo ou interno.
É preciso questionar: quantas dessas viagens foram realmente necessárias? Quantas poderiam ter sido resolvidas por videoconferência — ferramenta que já está amplamente disponível e que, se utilizada sistematicamente, reduziria gastos sem prejuízo aparente à agenda pública? Mantém-se o argumento governamental de que cada missão tem valor diplomático ou técnico — mas esse argumento se torna frágil quando a quantidade e o custo saltam além da razoabilidade.
Outro dado alarmante: viagens de pessoas sem cargo fixo ou sem vínculo direto com a execução do governo também dispararam — crescimento de 213% nos dois primeiros anos do mandato, somando R$ 392,6 milhões para esse grupo. Se antes a justificativa seria representar o Brasil no exterior ou integrar comissões técnicas, agora parece haver um padrão de deslocamento que ultrapassa a função pública estrita e adentra a lógica do espetáculo.
E vejamos outro cálculo elementar: se o governo gasta, em média, mais de R$ 1 milhão por dia com viagens — e os dados apontam para cifra muito maior (algo que se aproxima ou ultrapassa R$ 4 a R$ 5 milhões diários em média, como já circula na mídia de oposição) — então surge a pergunta: como se sustenta esse nível em pleno aperto orçamentário? E qual o retorno real à sociedade?
Não se trata de demonizar viagens ou missões externas — obviamente há agenda diplomática, assinatura de acordos, participação em fóruns internacionais. Mas o que se exige é critério, transparência e proporcionalidade. E nesse ponto, o governo Lula parece falhar no teste.
O Portal da Transparência permite checar registros (por exemplo no sistema de diárias e passagens) — mas não há normalmente acompanhamento que relacione resultado com custo. Viajar é caro; representar o país pode ser caro. Mas gastar como se fosse ilimitado — em contexto de ajuste, contenção e apelo à “nova política” — gera descrédito.
A pior parte: a narrativa oficial de que “os gastos são legais e dentro das regras” não basta. Legalidade não substitui responsabilidade. E o Brasil precisa reassumir o controle público sobre a máquina estatal, definindo limites, exigindo justificativas, comparando resultados, acompanhando despesas em tempo real — porque, do contrário, o espetáculo continuará, e a conta será sempre do cidadão.
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