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Após assumir a Eletronuclear e herdar o rombo bilionário de Angra 3, irmãos Batista repetem padrão do caso Amazonas Energia: prejuízo privado, socorro público e tarifa mais cara para os brasileiros
A J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, acaba de assumir 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear, responsável pelas usinas Angra 1 e 2, no Rio de Janeiro. A operação, feita por meio da Âmbar Energia, custou R$ 535 milhões e inclui a assunção de R$ 2,4 bilhões em dívidas ligadas à extensão da vida útil de Angra 1. Apesar da participação relevante, o controle formal segue com o governo, via ENBPar.
O desafio maior, porém, está em Angra 3, obra iniciada nos anos 1980, paralisada desde 2015 e já consumindo R$ 12 bilhões. O projeto acumula dívidas de R$ 6,1 bilhões com BNDES e Caixa, além de gerar um custo anual de quase R$ 1 bilhão apenas em juros e manutenção. Sem definição sobre sua conclusão ou abandono, a usina arrasta a Eletronuclear para uma crise de caixa cada vez mais profunda.
Angra 1 e 2, que garantem receita estável de cerca de R$ 4,7 bilhões anuais e lucro líquido próximo a R$ 545 milhões, hoje servem para bancar o passivo de Angra 3. Analistas consideram que, sem uma intervenção do governo federal, dificilmente a Âmbar terá condições de recuperar a empresa, mesmo com o potencial estratégico da energia nuclear para abastecer setores como data centers de inteligência artificial.

Esse movimento repete um padrão recente: em 2024, os Batista compraram termelétricas da Eletrobras que forneciam energia à Amazonas Energia, distribuidora em colapso financeiro. Poucos meses depois, o governo editou uma Medida Provisória garantindo que a conta bilionária da Amazonas fosse dividida com os consumidores de todo o país, aliviando diretamente a pressão sobre os ativos recém-adquiridos pela Âmbar.
Agora, com a Eletronuclear, a história volta a se repetir: um grupo privado assume usinas essenciais, mas endividadas, enquanto o risco de desequilíbrio cai sobre o Estado e, em última instância, sobre a população que paga a conta de luz. Para críticos do modelo, trata-se de mais um capítulo do chamado “capitalismo de laços”, em que grandes empresários assumem negócios estratégicos já contando com a mão estendida do governo.
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